Multa à Shein na Itália destaca combate rigoroso ao greenwashing
Recentemente, a varejista Shein foi multada em 1 milhão de euros pela autoridade italiana de concorrência por práticas associadas ao greenwashing. Essa penalidade, aplicada em agosto de 2025, reflete a intensificação da fiscalização sobre empresas de e-commerce que promovem alegações ambientais sem comprovação. A investigação apontou que as declarações de sustentabilidade da Shein no mercado europeu apresentavam inconsistências e exageros que podem induzir os consumidores a erro.
Esse caso destaca a importância crescente da responsabilidade ambiental e da transparência para marcas que operam em setores altamente poluentes, como o da moda rápida. Além da multa italiana, em julho, a França também aplicou uma sanção significante contra a empresa, reforçando o movimento regulatório na Europa contra práticas enganosas.
Aspectos questionados na comunicação da sustentabilidade da Shein
A Autorità Garante della Concorrenza e del Mercato (AGCM), órgão italiano responsável pela investigação, identificou que as mensagens relativas à responsabilidade ambiental e social da Shein eram frequentemente vagas e omissas. Em particular, a coleção “evoluSHEIN by design” foi apontada por promover atributos sustentáveis que não condizem com as fibras utilizadas e os processos atuais de reciclagem disponíveis.
As promessas sobre circularidade e reciclabilidade foram consideradas exageradas, o que pode criar uma percepção equivocada de produtos ecoamigáveis no público consumidor. Isso representa um risco reputacional e legal para a empresa, uma vez que o greenwashing é combatido severamente por órgãos reguladores.
Desafios da empresa frente às metas ambientais e pressões regulatórias
Outro ponto de atenção foi o compromisso da Shein em reduzir 25% das emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050. A AGCM observou que tais metas apresentam caráter genérico e conflitantes com o aumento nas emissões reportadas nos últimos anos.
Considerando o perfil do setor, com cadeias produtivas e logísticas intensivas em emissões, o órgão reforçou a necessidade de medidas concretas e verificáveis. O caso da Shein evidencia a transição do mercado para uma maior prestação de contas ambiental, que passa a ser não apenas uma vantagem competitiva, mas uma exigência regulatória.
Compromisso da Shein com a transparência e ajustes futuros
Em resposta, a Shein comunicou que colaborou integralmente com a investigação e implementou ações para corrigir as falhas indicadas. A empresa informou que revisou seus processos internos e atualizou o site para garantir que as informações ambientais sejam claras, verificáveis e em conformidade com regulamentações vigentes.
Essas medidas refletem a necessidade de adaptação das marcas às exigências de transparência e responsabilidade socioambiental, fortalecendo a confiança do consumidor e evitando penalidades futuras.
Pressão crescente sobre práticas sustentáveis no e-commerce
A penalidade aplicada à Shein, somada às sanções anteriores na França, ilustra o aumento da pressão regulatória na Europa sobre o setor de moda rápida e e-commerce. O caso reforça o alerta para empresas que veiculam apelos de sustentabilidade sem base técnica aprofundada, em um contexto onde a responsabilidade ambiental ganha peso decisivo nas estratégias corporativas.
Para o mercado brasileiro, essa tendência indica o fortalecimento das normativas e a importância de adoção de práticas transparentes desde já, preservando a reputação e a competitividade das empresas.
Fontes e Referências
- E-Commerce Brasil: www.ecommercebrasil.com.br
- Autorità Garante della Concorrenza e del Mercato (AGCM)
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