Walmart e Target: caminhos distintos no varejo digital dos EUA
O cenário do varejo norte-americano em 2025 tem mostrado contrastes expressivos entre dois gigantes: Walmart e Target. Enquanto o primeiro expande sua presença digital e fortalece seu marketplace, o segundo encara quedas constantes nas vendas e ajustes estratégicos complexos. Essa dinâmica reflete transformações significativas no comportamento do consumidor e na competitividade do setor.
Com um histórico recente de dificuldades econômicas, incluindo inflação alta e repercussões da pandemia, o mercado exige dos players uma adaptação rápida, especialmente no setor digital. Analisar essas trajetórias ajuda a entender tendências que também impactam o mercado brasileiro e global.
Expansão robusta do Walmart no comércio eletrônico
O Walmart apresentou um crescimento de 4,8% nas vendas em lojas físicas nos EUA no último trimestre, mesmo sem atingir as expectativas de lucro. No comércio eletrônico, a empresa acelerou ainda mais, registrando uma alta global de 25% no segundo trimestre fiscal. Essa expansão foi alavancada por uma estratégia focada em itens essenciais, principalmente alimentos, que garantem alta frequência de compra e fidelização do consumidor.
O investimento em logística e tecnologia também tem sido decisivo. O programa de assinaturas Walmart Plus amplia benefícios para clientes, enquanto a capacidade de entrega rápida alcança 95% da população norte-americana em até três horas. A plataforma de marketplace é outro diferencial relevante, com mais de 200 mil vendedores ativos até meados de 2025, ampliando variedade e competitividade.
Desafios e ajustes estratégicos da Target
Em contrapartida, a Target vem enfrentando queda nas vendas pelo terceiro trimestre consecutivo, o que levou a alterações em sua liderança. O crescimento modesto de apenas 4,3% nas vendas digitais no mesmo período evidencia dificuldades para expandir no e-commerce.
A empresa tem lidado com excesso de estoque acumulado durante a pandemia, principalmente de produtos para casa, além de restrições em suas políticas de diversidade e inclusão. Seu portfólio mais voltado a categorias discricionárias, como moda e acessórios, é particularmente vulnerável à retração do consumo causada pelo aumento dos custos básicos, como alimentos.
Além disso, a proposta de valor da Target, centrada na experiência em lojas físicas e marcas exclusivas, mostra menor competição no meio digital, que favorece jornadas de compra mais rápidas e transacionais.
Contexto competitivo e perspectivas para o varejo digital
Dados da eMarketer indicam que a Amazon lidera o mercado americano com 40,6% do e-commerce, seguida pelo Walmart com 9,4% e a Target com 1,6%. Essa posição ressalta a necessidade de a Target repensar suas estratégias para manter relevância num ambiente cada vez mais competitivo.
O investimento constante em inovação tecnológica e logística por parte do Walmart e da Amazon fortalece suas vantagens, enquanto a Target precisa ampliar sua atuação digital para acompanhar o ritmo. No Brasil, essa realidade se traduz em aprendizados para o varejo, evidenciando a importância de diversificar canais e investir em experiência tanto física quanto digital.
Principais pontos a considerar:
- Walmart investe em logística e marketplace para manter crescimento no e-commerce.
- Target precisa se adaptar às mudanças de consumo e fortalecer presença digital.
- O mercado digital exige agilidade e inovação tecnológica constante.
Conclusões que orientam o futuro do varejo
O desempenho distinto dessas redes destaca como uma estratégia alinhada ao comportamento atual do consumidor digital pode alavancar resultados robustos. No contexto brasileiro, acompanhar essas tendências internacionais auxilia varejistas a desenhar planos mais eficazes, que valorizem a experiência do cliente e a eficiência operacional.
É fundamental que as empresas estejam atentas à transformação digital contínua e às mudanças de perfil e expectativas dos consumidores para garantir competitividade em um mercado em constante evolução.
Fontes e Referências
- Portal E-Commerce Brasil, 2025 – Varejo dos EUA e tarifas
- eMarketer – Análises de mercado digital dos EUA, 2025
- Portal E-Commerce Brasil, 2025 – Investimentos em IA no Walmart